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A sensível saúde dos cabelos
- 12/05/2009 00:00:00
- 5672 dias
Sabe aquela coceira na cabeça? Pode não ser piolho. Embora, muitas vezes, achemos melhor esconder, ou até mesmo camuflar, a vermelhidão, a descamação no couro cabeludo, deformações e acúmulo de materiais sob as unhas, há dermatites que podem nos atingir, provocando conseqüências para o organismo. Para elas, entretanto, existe tratamento. Por isso, nada de fazer de conta que nada está acontecendo!
De acordo com o médico esteta Dr. Gustavo Vasques, pós-graduando em Dermatologia e mestrando em Saúde Pública, as dermatites são afecções que acometem a mucosa, a pele e os seus anexos causados por diferentes fatores e apresentando as mais diversas manifestações clínicas. Isso, como explica o dermatologista Dr. Renato Campos, está relacionado a quaisquer alterações que podem ocorrer tanto na pele, quanto nos cabelos e nas unhas.
As causas, como explicam os médicos, podem variar. Por mais que pensemos que não, a má higiene e, ainda, a ansiedade e o estresse podem contribuir para o aparecimento dessas alterações. ´A etiologia destas dermatites, como referido anteriormente, são as mais diversas possíveis: processos infecciosos fúngicos e/ou bacterianos; alterações hormonais; uso de drogas/medicamentos; distúrbios comportamentais que levam ao ato de arrancar compulsivamente os cabelos; e de roer unhas; predisposição genética e até existem doenças de patogenia completamente desconhecidas, como a Psoríase Ungueal e o Líquen Plano Ungueal´, justifica Vasques.
Como detalha o Dr. Renato Campos, entre as doenças mais frequentes no couro cabelo encontra-se a dermatite seborréica. Segundo o dermatologista, doença de origem genética, ela aparece a partir de estímulos relacionados, principalmente, à baixa imunidade e potencializada por alterações de fundo emocional (estresse, ansiedade etc.), além de insônia e de quadros infecciosos como um todo.
E complementa: ´tais quadros afetam o couro cabeludo provocando desde vermelhidão, descamação e coceiras leves a infecções graves´, enumera. Para os cabelos, existem várias formas de alterações na textura dos fios, normalmente causadas por traumas químicos e físicos a que são submetidos os cabelos, tais como texturização, relaxamento e tinturas.
Não existe padrão
Outra doença também bastante comum é a alopecia. Conforme Gustavo Vasques, a dermatose, em geral, causa a diminuição dos cabelos. ´Dentre a diversidade de situações que causam esta perda, a mais freqüente é alopecia androgenética, que atinge homens e mulheres, porém com padrões de perda diferentes´.
No entanto, Dr. Gustavo Vasques pontua que a alopecia androgenética surge somente após a puberdade, sendo mais comum em torno dos 50 anos. Portanto, como frisa, ´essa dermatose não obedece a um padrão único de apresentação, mesmo porque tem uma etiologia diversa´. Por outro lado, o médico esteta também relata a ocorrência da hipertricose, na qual ocorre um aumento exagerado no número de pêlos.
Em geral, o médico Gustavo Vasques lista que se pode identificar as dermatoses pela falta de cabelo (alopecia) em couro cabeludo ou outras áreas pilosas ´que também podem ser cicatriciais (definitivas) ou não´, sugere. Ou, ainda, conforme o especialista, por encontrar o inverso, que seriam áreas com aumento exagerado de pêlos (hipertricose); alterações da textura do pêlo, com fragilidade da haste capilar; cabelos quebradiços; perda de brilho, presença de fendas ou nós, ´que podem representar adoecimento destes anexos´.
Higiene é essencial
Por conta disso, Dr. Renato Campos recomenda que se evite o uso de agentes químicos fortes nos cabelos (formol, amônia); secador de cabelos não muito perto do couro cabeludo; hidratações frequentes e o uso de produtos com protetor solar. O Dr. Gustavo Vasques também lembra a importância de higienizá-los regularmente e evitar produtos químicos nos cabelos que já apresentam alguma alteração. ´É importante sempre procurar profissional capacitado para realizar o diagnóstico mais precoce e instituir a terapêutica adequada´, conclui.